Ian Goldin and Tom Lee-Delvin, Age of the City: Why our future will be won or lost together, London: Bloomsbury, 2023, 256 páginas.
Dos centros da Antiguidade Clássica, como Atenas e Roma, às grandes metrópoles modernas, como Nova York ou Xangai, as cidades têm sido motores de progresso ao longo da história e palco das nossas maiores conquistas civilizacionais, como o nascimento da democracia em Atenas, o renascimento em Florença, a revolução industrial em Manchester, ou a revolução digital em Palo Alto.
Neste livro, os autores argumentam que as cidades concentram os desafios contemporâneos e o laboratório das soluções para os grandes desafios do futuro. Com mais da metade da população mundial ali a viver, podendo chegar aos dois terços em 2050, as mesmas representam mais de 80% do produto interno bruto global. O surgimento e evolução das cidades no século XXI é o foco central do livro, no qual os autores identificam quatro grandes ameaças a um futuro sustentável: as pandemias numa globalização assente na livre circulação de pessoas e bens; os danos vertiginosos já causados pelas mudanças climáticas; a incapacidade de travar as desigualdades económicas e intergeracionais; e a solidão simbolizada pelo nosso recuo para uma atomização social online. Acresce a isto uma globalização e uma mudança tecnológica muito rápidas, geradores de grandes concentrações de riqueza num pequeno número de metrópoles em expansão, deixando muitas cidades e vilas menores para trás, alimentando assim uma nova fase do ressentimento populista. Sem derrotismos, Goldin e Lee-Delvin apontam caminhos, prescrevem prioridades, e apontam pistas realistas para inverter tendências demasiado enraizadas.