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Em conversa com Pedro Pinhal e Paulo Pereira sobre o livro "Sinistro, o momento da verdade"

A FULLCOVER conversou com Paulo Pereira, Diretor da Advanta, e Pedro Pinhal, Diretor Técnico e de Sinistros da MDS, sobre o último livro da coleção Keep it Simple: Sinistro, o momento da verdade. Os autores contaram-nos os motivos que os levaram a escrever este livro, como foi a experiência de “descomplicar o processo de sinistro”, partilhando ainda alguns importantes conselhos sobre como proceder em caso de sinistro e a sua visão de como será o futuro da gestão de sinistros.

Escrever este livro terá sido um desafio — o conteúdo precisava de ser facilmente acessível, recorrendo a uma linguagem simples, mas sem sacrificar a precisão técnica. Como conseguiram equilibrar as duas exigências?

Paulo Pereira - Escrever é um desafio que nem sempre conseguimos concretizar como gostaríamos. Encontrar a expressão correta para transmitir o conhecimento ou para explicar algo nem sempre é fácil. Na escrita deste livro queríamos utilizar uma linguagem que fosse acessível a qualquer pessoa, mesmo não pertencendo ao mundo dos seguros, e que pudesse servir de guião para quem o consultasse.

Pedro Pinhal - Este foi, sem dúvida, o nosso grande desafio: conjugar linguagem acessível sem sacrificar a precisão técnica. Na verdade, como técnicos tendemos a ter uma linguagem mais complexa - mais técnica e naturalmente dirigida a outros técnicos. O desafio foi direcionar a nossa comunicação para o leitor e não para nós próprios de forma a tornar a nossa mensagem o mais acessível e compreensível possível para todos os leitores.

 

O sinistro é um momento complexo? Porquê?

P. Pereira e P. Pinhal - Sim, indubitavelmente é um momento complexo e crítico para o segurado e para a sua atividade. Desde logo pela sua própria natureza, por ser um acontecimento súbito e imprevisto, causador de danos e de disrupção da normalidade.

Dependendo da dimensão do sinistro, da resposta da apólice e da capacidade financeira do segurado, a sobrevivência da empresa pode estar irremediavelmente comprometida.

Acresce ainda que, no âmbito de um sinistro, interagem diversos intervenientes, com diferentes objetivos, experiências e conhecimentos, o que implica um esforço de coordenação sempre com o propósito de minimizar e reparar danos e permitir a retoma da normalidade.

 

Por que se chama o sinistro “o momento da verdade”?

P. Pereira e P. Pinhal - Porque é nesta altura que o segurado vai testar a solução que contratou.

Até ao momento do sinistro o segurado tem a expectativa, baseada na apólice, de que adquiriu proteção eficaz para os seus ativos e para o seu negócio. E é precisamente com o sinistro que é feita a “prova dos 9” à sua expectativa e apólice.

O livro aborda vários conceitos e procedimentos essenciais para fazer face a um sinistro. Na vossa opinião, quais são, para o leitor, as principais vantagens deste livro em termos práticos?

P. Pereira - Quando pensámos no livro tínhamos como objetivo esclarecer algumas dúvidas que muitas vezes vemos colocadas pelos segurados quando estamos envolvidos num sinistro.

P. Pinhal - Simultaneamente, a referência aos procedimentos essenciais num processo de sinistro permitirá ao leitor, num contexto de sinistro, ter noção das fases do processo e do papel de cada interveniente e, assim, estar melhor preparado para contribuir positivamente para a regularização de forma mais avisada e tranquila.

P. Pereira e P. Pinhal - Gostaríamos muito de pensar que fomos bem-sucedidos nesse objetivo que, para nós, é essencial.

No livro são dados vários conselhos sobre como proceder em caso de sinistro. Quais são os que consideram mais importantes?

P. Pereira – Entendemos que o mais importante é que a participação seja atempada, preferencialmente logo após a verificação do sinistro. Em particular se a apólice tiver cobertura de perdas de exploração, é fundamental que a equipa de peritagem possa envolver-se desde o primeiro momento para tomar, em conjunto com o segurado e o corretor, as melhores decisões no sentido de minimizar consequências e mitigar danos.

P. Pinhal – Igualmente importantes são as recomendações relativas às ações imediatas perante um sinistro ou ameaça de reclamação, que culminam com a participação do evento ao segurador; quando realizadas, possibilitarão uma melhor regularização do sinistro, e ao mesmo tempo diminuirão os níveis de ansiedade do segurado.

 

Para além dos conselhos, constantes do livro, sobre a atuação em caso de sinistro, acrescentariam mais algum?

P. Pereira e P. Pinhal - Para que um sinistro seja bem resolvido é essencial a confiança entre as partes. O nosso conselho adicional seria que todos se envolvessem num sinistro de espírito aberto e construtivo, sem preconceitos ou desconfianças à partida. Se isso acontecer é meio caminho andado para um desfecho a contento de todos.

A dependência crescente da tecnologia tem impacto na gestão de sinistros?

P. Pereira e P. Pinhal - A tecnologia tem e terá um impacto crescente na gestão de sinistros. Aliás, a gestão de sinistros tem sido um autêntico laboratório de inovação e de ensaio da aplicação de tecnologia, Nunca chegará a substituir totalmente a gestão humana em todos os tipos de sinistros, mas não temos dúvidas de que se tornará cada vez mais relevante nesta área.

Como tem evoluído a gestão de sinistros ao longo dos anos?

P. Pereira e P. Pinhal - A gestão dos sinistros tem evoluído muito nos últimos anos, tornando-se cada vez mais profissional e científica.

Como vêem atualmente o futuro da gestão de sinistros?

P. Pereira e P. Pinhal - Tal como abordado anteriormente, a gestão dos sinistros passará cada vez mais por uma incorporação da tecnologia e pela especialização das equipas. Com o passar dos anos é facilmente percetível uma evolução das apólices, das necessidades especificas dos clientes face aos diferentes riscos e ao aumento da literacia dos segurados.

A gestão de sinistros tem acompanhado essa evolução e respondido de forma eficaz aos novos desafios. Mas trata-se de um desafio constante e uma aprendizagem que nunca acaba.

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